No entanto, podemos dizer que a tradição artística da cidade remonta ao tempo dos jesuítas. Sabe-se que os padres da aldeia M'Boy aceitavam encomendas de santos. Segundo o padre Manuel da Fonseca, foi o próprio padre Belchior que esculpiu a imagem de Nossa Senhora do Rosário presente na Igreja. Do padre Macaré, podem ser vistas no Museu de Arte Sacra uma Santa Ceia, com 13 imagens de roca, e um Senhor Morto, além de outras peças.
Esta tradição de santeiros foi retomada, nos anos 20, pelo artista Cássio M'Boy, que fixa residência em Embu. Em 1937, ele ganha o primeiro grande prêmio na Exposição Internacional das Artes Técnicas, de Paris.
Aos poucos, outros artistas começam a chegar a Embu, formando um grupo que iria movimentar a cidade nos anos 60. Um deles foi o lavrador japonês Tadakiyo Sakai, que mais tarde seria chamado de Sakai do Embu. Reconhecido internacionalmente como escultor em terracota, Sakai iniciou-se nas artes em 1951, sob orientação de Cássio M'Boy e dos escultores Bruno Giorgi e Victor Brecheret. Em 1959, atraído pelos nomes de Cássio M'Boy e Sakai, o escultor Claudionor Assis Dias, ou Assis de Embu, também vem para a cidade. No seu atelier, o Barraco do Assis, começa a dar aulas de escultura em madeira, pedra e bronze, transformando-o num verdadeiro núcleo de produção de arte. Ali nasceria o Movimento do Embu, que ganha força a partir de 1961 com a chegada ao Barraco do Assis do poeta, pintor, teatrólogo e folclorista Solano Trindade e sua companhia Teatro Popular Brasileiro, formada por mais de vinte pessoas. O movimento pretendia popularizar a arte.
Nas palavras do próprio Solano, a idéia era 'mostrar, incentivar e desenvolver as artes populares tradicionais do povo brasileiro, a dança, a música, a escultura, a poesia e todas as manifestações folclóricas'. As festas promovidas pelo grupo, com suas danças afro-brasileiras e exposições de arte, começam a chamar a atenção da intelectualidade paulista, que passa a freqüentar a cidade. Em 1964, acontece o 1° Salão de Artes Plásticas do Embu.
Nesta época, os cerca de quarenta artistas que freqüentavam o Barraco do Assis começam a expor seus trabalhos no chão das ruas centrais da cidade. Artesãos hippies que costumavam expor na Praça da República em São Paulo viriam reforçar a incipiente feira de Embu nos finais de semana, convidados pelos artistas locais. A partir de 1969, a Feira de Arte e Artesanato começa a ser realizada todos os fins de semana, atraindo um grande número de visitantes.
Aos poucos, mais e mais ateliers foram aparecendo na cidade, acompanhados de antiquários, lojas de artesanato e de móveis rústicos e restaurantes. Tudo isso, aliado ao charme do casario colonial do centro da cidade, transforma Embu numa agradável opção de passeio para quem está em São Paulo.
Ocupando toda a área central da cidade, a feira convida o visitante a passear entre o casario típico do período colonial brasileiro.
Os 940 expositores se dividem nas seções de artes plásticas, artesanato, plantas ornamentais e comidas típicas.
Além das barracas, os ateliers e lojas de decoração também abrem suas portas nos dias de feira. O CAT, Centro de Informação ao Turista, possui relação de todas as lojas, galerias, antiquários e ateliers da cidade para distribuir aos interessados.